A chuva cai em finas gotas. A casa aquecida pelas luzes quentes me protege da rua. A sua voz ao telefone é qualquer coisa que me anima a sair. Entro no carro na direção da sua casa enquanto a noite não se torna madrugada. O caminho é longo demais para os meus sonhos. Descanso os olhos nos carros que passam como se eu não passasse por eles. Uma sensação de invisibilidade toma conta de mim e continuo me demorando nas sinaleiras, nas curvas, nas janelas iluminadas. Estou a um passo de me encontrar em você e uma louca sensação de medo me desacelera. Ao mesmo tempo, procuro esquecer o dia de ontem, a tarde úmida, o abraço mal feito. E só então me dou conta de que nada pode ser esquecido. Acrescento essa lembrança em mim mais uma vez até parar o carro. E já não preciso de motivo algum pra te rever, basta eu entrar e me perder em vo cê porque ainda não é madrugada, porque ainda tenho em quem me encontrar...
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