Os textos publicados não terão a ordem dos livros nem tampouco dos dicionários. Virão da desordem da vida, do improviso das águas, das impressões sobre qualquer coisa. Tudo que carregue o mistério de ser letra, verso, prosa. A única lógica será não ter lógica nenhuma. Pode ser que sirva, pode ser que exista, pode ser que dê. Quem sabe?
domingo, 9 de maio de 2010
Alice no País das Maravilhas
Fui assistir ao filme de Tim Burton com algumas frases martelando na minha cabeça: não é tudo isso, nem aquilo o outro, meio vazio e tal. Por isso mesmo achei que fosse gostar...e gostei.
O filme não é "papo-cabeça" nem acho que deveria ser. A propósito, quando vamos assistir a uma comédia romântica saímos reclamando que o filme deveria ter sido mais cabeça e menos romântico?
Na verdade, toda forma de arte, de uma maneira ou de outra, nos faz pensar. Mesmo que não tenha essa proposta explícita como se fosse um panfleto político. Aliás, filmes ou livros chamados ideológicos, para mim, não funcionam.
Alice é um filme de fantasia e nesse ponto desempenha muito bem o seu papel.
Os enquadramentos feitos a partir dos pequenos seres que vivem no chão, como as plantas rasteiras, os cogumelos e as flores, são cenas incríveis. Talvez essa minha adoração venha por gostar tanto de Manoel de Barros que em seus poemas olha mais para as formigas do que para as estrelas.
O País das Maravilhas é um país de cores onde até mesmo os horrores se tornam maravilhas. A Rainha Vermelha com sua enorme cabeça e seus cabelos em formato de coração é a melhor personagem do filme seguida pelo Chapeleiro Maluco. A Alice é sem graça, o coelho que deveria estar sempre com pressa não aparece muito, a lagarta azul fuma ópio e o gato fuma alguma outra coisa...tudo nos remete a um mundo de fantasia, com cabeças cortadas flutuando ao redor do castelo, morcegos que sustentam lustres, cartas de copas marchando.
O figurino é impecável e os vestidos da Alice, além de originais, são um dos mais lindos que já vi no cinema.
Pra pensar? Alice resolve seus problemas na vida real a partir da viagem que faz pelo seu inconsciente. Quando precisa decidir se vai enfrentar ou não o monstro, está escolhendo entre casar com um lorde enfadonho ou não.
Deep soma mais um maluco na sua lista de personagens e Tim Burton continua nos dizendo que os loucos são as pessoas mais legais que existem. Tenho que concordar com ele...
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3 comentários:
Áh e os macacos pés-de-mesa!
se todos conseguissem desempenhar bem o seu papel - tal como este filme de fantasia - o mundo seria mais gostoso e menos hipócrita. uhuhu!
Nai, de todos os comentários que li e ouvi a respeito desse filme, o seu foi o que mais retratou o que eu penso tambem...hihih beijos beijos
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