Os textos publicados não terão a ordem dos livros nem tampouco dos dicionários. Virão da desordem da vida, do improviso das águas, das impressões sobre qualquer coisa. Tudo que carregue o mistério de ser letra, verso, prosa. A única lógica será não ter lógica nenhuma. Pode ser que sirva, pode ser que exista, pode ser que dê. Quem sabe?
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Beleza sustentável e qualidade de vida
Muito se escreve sobre beleza em revistas e jornais. Há uma infinidade de cosméticos que prometem acabar com as rugas, com as imperfeições e retardar o envelhecimento. Lemos sobre dietas milagrosas, pílulas que rejuvenescem e novidades no campo da ciência que possuem o único intuito de preservar a nossa juventude.
Na maioria dos casos, o que vemos são efeitos paliativos que escondem temporariamante o quanto nos descuidamos de nós mesmos. Estamos realmente na era do vídeo-clip, do fast food, da velocidade mega da internet. As pessoas exigem rapidez em tudo, inclusive para os resultados na área da estética. Ao mesmo tempo, isso gera uma falta de profundidade no entendimento das coisas. O tempo é curto e todos precisam obter alguma informação sobre o assunto do momento: sejam os escândalos na área da política, o que acontece com as celebridades, os últimos lançamentos da moda ou a nova cor de esmalte. E sobre o que acontece dentro de nós, investimos quanto tempo? Como consequência desse tipo de atitude, muito influenciada pelos meios de comunicação, a sociedade atual gera um indíviduo que se conhece superficialmente e que se preocupa muito mais com a beleza exterior do que com o seu próprio bem-estar. Há uma enorme preocupação em parecer belo e um verdadeiro descuido ou desinformação quanto a ser belo.
Além disso, a indústria da beleza criou um arquétipo inatingível e uma realidade insustentável. Um tipo de beleza que não é natural nem alcançável pela maioria das pessoas. O público mais suscetível a esse tipo de pressão é o feminino. Mulheres sempre magras, rostos perfeitamente simétricos, pele homogênea e cabelos de acordo com a moda estampam os editoriais de moda. Como se não bastasse isso, ainda existe outro agravante nesse processo de culto a um ideal de beleza, que são as revistas femininas destinadas a uma determinada faixa etária utilizarem, como modelos, mulheres com dez ou vinte anos a menos do que o público alvo. Como conquistar esse ideal? Como ter dez ou vinte anos a menos? Uma tarefa impossível para uma geração de mulheres insatisfeitas e com uma série de distúrbios alimentares e de imagem.
A pergunta que faço é: como sustentar uma beleza independentemente dos recursos estéticos que existem? Como ser belo de verdade? Nesse cenário surge um novo conceito que é o da beleza sustentável. Segundo o escritor DeRose, referência na área do bem-estar e da qualidade de vida, beleza sustentável é aquela maneira de se expressar na vida, na família e no trabalho, de forma a deixar satisfeita e realizada a própria pessoa, acima de tudo, e os demais, por consequência. Beleza sustentável é aquela que pode e deve ser cultivada independentemente da cosmética e das plásticas, as quais podem atuar como coadjuvantes, mas jamais como solução mágica. Beleza sustentável é aquela que resiste ao longo dos anos, seja qual for a idade da pessoa e sempre arranca exclamações de admiração.
Esse conceito de beleza pode ser assimilado e incorporado por nós em nossa maneira de ser, na forma como interagimos com as pessoas e como influenciamos o universo ao nosso redor. Fazemos isso evitando situações de stress, cultivando bons relacionamentos entre os seres humanos, procurando sempre uma forma mais sensível e amorosa de tratar com a família, com o parceiro afetivo, com os colegas de trabalho, com os amigos e até mesmo com os desconhecidos.
Trata-se de uma beleza cultivada de dentro para fora que extrapola os limites internos e se reflete em nosso corpo físico externo. Trata-se de uma beleza verdadeira, que pode ser sustentada por anos ou décadas. Com o tempo, descobrimos que a beleza, muitas vezes, não está atrelada a nenhum fator físico especial, mas que é um reflexo da forma como nos sentimos num determinado momento. Por exemplo, quando recebemos um elogio, quando nos sentimos valorizados, quando realizamos com sucesso algum projeto, quando nos sentimos especiais. Podemos concluir que a beleza sustentável é aquela construída com base na auto-estima, na segurança e no conforto pessoal.
Nesse panorama, o Método DeRose possui ferramentas para o desenvolvimento integral do ser humano, com conceitos e técnicas oriundas de tradições muito antigas, que acentuam essas potencialidades. Esse trabalho vem sendo realizado há 50 anos no Brasil e fora dele, com o intuito de aprimorar a mente, o emocional e o corpo. Para isso, o Método utiliza uma série de técnicas corporais, respiratórias e de mentalização, que nos ensinam a gerar determinados modelos mentais, os quais nos ajudam a superar circunstâncias difíceis, outras bastante duras e até mesmo aquelas aparentemente impossíveis de serem superadas. Percebe-se que às vezes basta um tom de voz amigável, um sorriso ou a palavra certa para administrar um conflito e mantermos um estado de bem-estar constante.
Um estado de animosidade numa relação afetiva, entre amigos ou colegas de profissão, pode deteriorar e comprometer, às vezes para sempre, essas relações. Pessoas de bem com a vida vivem mais, produzem mais no trabalho e aumentam sua expectativa de vida, o que caracteriza uma das propostas do Método.
Segundo o Educador DeRose, é preciso que cada pessoa se preocupe com a sua atualização e auto-superação constante. Ele afirma que ao longo da vida dele, observou que as mulheres que conseguiam tudo o que queriam – fosse no âmbito profissional, fosse no afetivo – não eram as esculturais. Eram as que possuíam beleza interior. Elas cativavam, conquistavam e seduziam pelo olhar, que expressa o que cada um tem de verdadeiro dentro de si. Isso é beleza sustentável!
(Matéria publicada na Revista Sul Sports número 34)
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Sobre você
você me fez subir
pra cima de você
e sua boca úmida
beijou primeiro
um depois o outro
seio e suas mãos
tomaram a forma
dos meus quadris
fechei os olhos
de mim e fui
sendo cada
vez mais
eu
sobre
você
sábado, 23 de outubro de 2010
Depois do último beijo
Uma tarde maluca jogados
no sofá público de estar
nos sentamos lado a lado
de nós mesmos apertados
um no outro quase pra não
caber em si o que somos
e seus dedos se encontraram
com o toque macio da segunda pele
que cobria meu ventre já molhado
e seus olhos na minha a boca
e minha boca nos seus olhos
e minhas mãos com fome
se alimentando do seu céu
e seus dedos afastaram
o véu que cobria meus
líquidos tenros sulcos
tua boca molhada aberta
até mostrar seus sonhos
e nada fazia sentido e tudo
naquele instante fazia
sentido e os vidros todos
pra rua e a porta pra tudo
aberta e nós dois água
de nós mesmos escorrendo
pelo sofá pelo chão pelo teto
a sala ficou pequena o relógio
parou e esquecemos quem somos
onde estávamos pra que viemos
e aquele flash ficou marcado
da nossa presença no sofá
público entre livros e esquecimentos
no sofá público de estar
nos sentamos lado a lado
de nós mesmos apertados
um no outro quase pra não
caber em si o que somos
e seus dedos se encontraram
com o toque macio da segunda pele
que cobria meu ventre já molhado
e seus olhos na minha a boca
e minha boca nos seus olhos
e minhas mãos com fome
se alimentando do seu céu
e seus dedos afastaram
o véu que cobria meus
líquidos tenros sulcos
tua boca molhada aberta
até mostrar seus sonhos
e nada fazia sentido e tudo
naquele instante fazia
sentido e os vidros todos
pra rua e a porta pra tudo
aberta e nós dois água
de nós mesmos escorrendo
pelo sofá pelo chão pelo teto
a sala ficou pequena o relógio
parou e esquecemos quem somos
onde estávamos pra que viemos
e aquele flash ficou marcado
da nossa presença no sofá
público entre livros e esquecimentos
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Objetos de estar
eles vivem juntos
o sofá e a cadeira
nenhum senta
um no outro
porque um sofá
e o outro cadeira
um não vê sofá
outro nem quer
saber de estar
mas estão juntos
um vive por deitar
enquanto o outro
espera levantar
o sofá e a cadeira
nenhum senta
um no outro
porque um sofá
e o outro cadeira
um não vê sofá
outro nem quer
saber de estar
mas estão juntos
um vive por deitar
enquanto o outro
espera levantar
de olhos cerrados
de olhos cerrados
o corpo
o corpo
que me encerra
se esvaiaos poucos
a ideia de ser
escorrega
feito neve esquecida
de mim mesma
amplidão
amplidão
dita palavra
falada amplia-se
não há maneira
de dizê-la corrida
evola-se no ar
no eme contínuo
no eco do ão
quando
de letras unidas
vira fala
expande-me
alarga-a
horizonta-o
dita palavra
falada amplia-se
não há maneira
de dizê-la corrida
evola-se no ar
no eme contínuo
no eco do ão
quando
de letras unidas
vira fala
expande-me
alarga-a
horizonta-o
Último beijo
nosso último beijo
depois de tantos outros
beijos foi no meio
do trânsito na sinaleira
fechada entre o caminho
que nos levava pra
algum lugar no meio
do dia no meio da gente
no fim de tudo no fim
da linha quando nada
nos impedia de ser só
aquilo o último beijo
entre tantos desejos
insolúveis como o
café que foi se tornando
a nossa história mal
passado frio fora
da hora do tom da vida
e nossos lábios foram
um e nossas línguas
foram mãos e nossos
olhos foram vãos
pra não dizer nada
pra não saber nada
pra ser somente o
último beijo na esquina
de mim na sua estrada
entre buzinas e luzes
da minha cabeça louca
de sensações sem droga
sem nexo com a dor
do parto da hora
perdida em outro fato
de outras histórias
que não são nossas
e veio a saudade
misturada com a saliva
e a sua mão levando
a minha para o cume
alto do seu sexo
tardio bêbado de mim
e a sinaleira fechada
parada no tempo
esperando o último
beijo sem sentido
no último segundo
e eu torcendo pelo
fim do mundo e eu
querendo o fim
de tudo mas a sinaleira
abriu o beijo se tornou
o último e o mundo
seguiu e rompi todas
as portas e janelas
de mim pra entrar
o primeiro beijo
da próxima esquina
minha de uma estrada
nova sem sinal
nem placa
de pare
nem placa
de pare
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Jota ene agá
Jota ene agá
Todo alfabetosemsuspiro
A saliva fere as letras
na sua existência
as une
faz duas uma
desalfabeta
quem as ouve
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Vai saber, Adriana Calcanhoto
Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de mudar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de mudar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha do que duvidar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?
Não quer dizer que não tenha do que duvidar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?
Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de se dar
E pode aparecer onde ninguém ousaria se pôr
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de se dar
E pode aparecer onde ninguém ousaria se pôr
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha o que considerar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?
Vai saber?
Vai saber?
Não quer dizer que não tenha o que considerar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?
Vai saber?
Vai saber?
Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de jogar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de jogar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não venha a reconsiderar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais...
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Allen Ginsberg
A suave busca do crescimento, o gracioso desejo de
existir das flores, meu quase êxtase de existir no meio delas.
O privilégio de testemunhar minha própria existência –
você também deve procurar o sol…
domingo, 10 de outubro de 2010
Quando
Quando amanhece
amanheço
também
Abro a porta
e todas as janelas
de mim
Deixo sair
um ou dois
insetos
Deixo entrar
o vento
e o sol
Quando anoitece
anoiteço
também
Fecho a porta
e todas as janelas
de mim
Deixo sair
um ou dois
pensamentos
Deixo entrar
o vagalume
e todos
os meus desejos
amanheço
também
Abro a porta
e todas as janelas
de mim
Deixo sair
um ou dois
insetos
Deixo entrar
o vento
e o sol
Quando anoitece
anoiteço
também
Fecho a porta
e todas as janelas
de mim
Deixo sair
um ou dois
pensamentos
Deixo entrar
o vagalume
e todos
os meus desejos
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Um velho amigo
Deitada na rede avarandada
olhando as folhas dos coqueiros
balançarem feito navios no ar
uma pontada de tristeza
uma agulha muito fina
veio enfim me falar
na forma de uma lágrima
uma única gota caindo
até minha boca sentir
o gosto salgado do mar
que há léguas daqui
distante mil sois
um amigo que se foi
deixa saudade chegar
Deitada na rede avarandada
olhando as folhas dos coqueiros
balançarem feito navios no ar
uma pontada de esperança
uma linha muito espessa
veio enfim me acalmar
uma única gota secando
até minha pele sentir
a brisa doce do mar
que perto daqui
a dois passos de mim
um velho amigo
levou a saudade pra lá
Pingos
Os pingos
caem no chão
longe
um do outro
enquanto a chuva
finge molhar
o meu caminho
Os pingos
caem em mim
perto
um do outro
enquanto a chuva
tenta lavar
o eu sozinho
caem no chão
longe
um do outro
enquanto a chuva
finge molhar
o meu caminho
Os pingos
caem em mim
perto
um do outro
enquanto a chuva
tenta lavar
o eu sozinho
Para sempre
Por um momento, consigo esquecer o que me trouxe aqui. Só assim lembro que isso não é o mais importante a ser lembrado. O mais importante agora é ser esse lugar e deixar que ele me tenha para sempre.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
Ferrugem
O sol, o vento e a maresia incidem com o mesmo empenho sobre as embarcações e os moradores da ilha, deixando neles a marca incontestável da passagem do tempo. E nos seus cascos posso ver a ferrugem, o limo e as rugas.
sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
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