Os textos publicados não terão a ordem dos livros nem tampouco dos dicionários. Virão da desordem da vida, do improviso das águas, das impressões sobre qualquer coisa. Tudo que carregue o mistério de ser letra, verso, prosa. A única lógica será não ter lógica nenhuma. Pode ser que sirva, pode ser que exista, pode ser que dê. Quem sabe?
terça-feira, 27 de abril de 2010
Do outro lado de lá
a tela de um computador pode me manter acordada por horas a fio, mas nada me desperta mais do que a vida. essa realidade que compartilhamos com as pessoas, respirando o mesmo ar, habitando o mesmo espaço, interagindo, interferindo, tocando a existência do outro, é tão mais estimulante... naquele segundo de silêncio, entre uma palavra dita e a espera em ser ouvida, milhares de bites se cruzam no ar. e é nesse meio de transporte tão antigo que se revelam as ideias, as dúvidas, as certezas e logo em seguida, as incertezas, os desejos, a voz... ah, a voz! essa ferramenta que falha muito mais do que esse teclado que uso agora, mas que é certeira quando quer dizer algo que não está sendo dito. a voz com que nos trajamos pra dizer sim, pra dizer talvez, pra dizer qualquer coisa, tenta ser reproduzida na escrita, mas jamais será superada. suspiro em saber que nada poderá substituir a vida, essa que acontece agora do outro lado do computador.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário