Esse livro foi indicado pelo Charles Kiefer, escritor em todas as horas e meu professor nas quintas-feiras pela manhã de Oficina Literária, como sendo o melhor livro que ele leu no ano de 2008.
Depois dessa observação, no último dia de aula, antes de pegar as malas e passar dez dias na praia, agarrei O Fantasma Sai de Cena e só o larguei, meio a contragosto, quando as páginas todas já haviam sido devoradas. Foi o primeiro livro que li do Roth e a sensação é de ter lido uma obra-prima.
A genialidade de Roth aparece na narrativa em vários aspectos. Quando ele investiga a velhice e sua solidão, escarafunchando nossos medos e angústias, trava contato com um tema clássico que sobreviverá aos limites do tempo. É genial ao criar um pêndulo entre o sexo e a morte, ora num impulso pela vida, ora na iminência da morte. Por fim, ao inserir diálogos teatrais, traz à tona uma narrativa imaginativa que revela o escritor que há no narrador.
Através do momento histórico que se passa a narrativa, nas vésperas da segunda eleição de Bush, também se percebe uma crítica à política bélica de Bush e o estado de alienação da sociedade norte-americana. O que entra em consonância com a minha opinião sobre o assunto.
Por fim, o título do livro é a peça-chave para o entendimento da obra. Afinal, quem sai de cena?
Sobre o autor:
Philip Roth nasceu em 1933, em Newark, Nova Jersey, e hoje vive em Connecticut, nos Estados Unidos. Recebeu, em 1998, a Medalha Nacional das Artes na Casa Branca e, em 2002, conquistou a mais elevada premiação concedida pela Academia Americana de Artes e Letras, a Medalha de Ouro de Ficção. Em 2005, Roth tornou-se também o terceiro escritor vivo a ter sua obra publicada numa edição abrangente e definitiva da Library of America. Ganhou duas vezes o Prêmio Nacional do Livro e o Prêmio do Círculo Nacional de Críticos Literários. Em 2007, ganhou o Prêmio PEN/Faulkner pela terceira vez e o primeiro PEN/Saul Bellow.
Curiosidades:
Nathan Zuckerman, personagem de nove livros de Roth é o narrador de Fantasma sai de cena. Os críticos de Philip Roth afirmam que Nathan é o alter-ego do autor e, através da leitura que se faz do livro, teme-se que Nathan realmente saia de cena para sempre.
Marca-livro:
A gente vai embora enquanto os outros – o que não é de estranhar – continuam onde estavam, fazendo o que sempre fizeram; e, quando voltamos, ficamos surpresos e por alguns momentos emocionados de ver que eles continuam lá, e também tranqüilizados pela idéia de que existe alguém passando a vida inteira no mesmo lugarzinho, sem nenhuma vontade de sair dali.
2 comentários:
naiana me apresentou philip, que tem sido um grande companheiro para as noites de leitura. obrigada!
que blog bom, nai...
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