Os textos publicados não terão a ordem dos livros nem tampouco dos dicionários. Virão da desordem da vida, do improviso das águas, das impressões sobre qualquer coisa. Tudo que carregue o mistério de ser letra, verso, prosa. A única lógica será não ter lógica nenhuma. Pode ser que sirva, pode ser que exista, pode ser que dê. Quem sabe?
domingo, 25 de abril de 2010
Sem Sangue, de Alessandro Baricco
As frases são como pequenas cordas, curtas e tensionadas. Dessa forma, a leitura rápida e cortante nos leva as conseqüências de uma guerra, onde os protagonistas são confrontados o tempo inteiro com a dor e o passado.
Sobre o autor:
Alessandro Baricco nasceu em 1958, em Turim. Pianista de formação, graduou-se em filosofia, foi crítico de música em jornais e televisão. Estreou em literatura com Castelos de raiva (1991). Seguiram-se cinco romances, entre eles Seda, traduzido para mais de vinte idiomas e Esta história. Seu monólogo teatral Novecentos foi levado ao cinema por Giuseppe Tornatore. É um dos principais autores contemporâneos da Itália e o mais conhecido. Recebeu, na França, o prêmio Médicis Étranger e, na Itália, o Selezione Campiello Viareggio e o Palazzo al Bosco.
Curiosidades:
Nota do autor, no início do livro: “Os fatos e personagens a que esta história alude são imaginários e não se referem a nenhuma realidade particular. A escolha de nomes hispânicos deve-se a razões puramente musicais e não pretende sugerir uma inserção temporal ou geográfica dos acontecimentos.”
Marca-livro:
A menina virou a cabeça e olhou para ele. Tinha olhos escuros, com um formato estranho. Olhava para ele sem expressão alguma. Seus olhos estavam entreabertos e ela respirava tranqüila. Era um animal em sua toca. Tito sentiu voltar a sensação mil vezes experimentada quando encontrava aquela posição exata, em meio à tepidez dos lençóis ou sol um sol da tarde, em criança. Os joelhos dobrados, as mãos entre as pernas, os pés em equilíbrio. A cabeça inclinada ligeiramente para frente, fechando o círculo. Deus, como era bonito, pensou. A pele da menina era branca, e o contorno dos seus lábios, perfeito. As pernas saíam de uma sainha vermelha, como num desenho. Era tudo assim arrumado. Era assim completo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário