quarta-feira, 12 de maio de 2010

Anatomia

Naquela madrugada gelada
o vento
sem tempo

cortava-me ao meio
meus ossos
meu medo

Naquela madrugada gelada
o vento,
face navalhada

Como se eu tivesse ruas
de uma cidade exposta
esquinas cruas
ruelas escuras
becos imundos

Onde se concentra
todo mal
do mundo?

Naquela madrugada gelada
o vento,
face navalhada

Nenhum comentário: