quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Doída Alegria, Ferreira Gullar

Durante anos
foi a minha constante companhia
aonde eu estava
           ele vinha
           e ronronando
em meu colo se acolhia

Até que um dia...

Faz anos já que a casa está vazia

Mas eis que
inesperado
                 ele de novo chega
e se deita ao meu lado

Não me atrevo
a olhá-lo
            pois é melhor não vê-lo
que não não vê-lo

Nada pergunto
         apenas vivo
         a doída ilusão
de tê-lo junto

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