sábado, 28 de julho de 2012

Minha rua está cheia de pregões, Mario Quintana



Minha rua está cheia de pregões.
Parece que estou  vendo com os ouvidos:
“Couves! Abacaxis! Caquis! Melões!”
Eu vou sair pro Carnaval dos ruídos,

Mas vem, Anjo da Guarda… Por que pões
Horrorizado as mãos em teus ouvidos?
Anda: escutemos esses palavrões
Que trocam dois gavroches atrevidos!

Pra que viver assim num outro plano?
Entremos no bulício quotidiano…
O ritmo da rua nos convida.

Vem! Vamos cair na multidão!
Não é poesia socialista… Não,
Meu pobre Anjo… É… simplesmente… a Vida!...

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