domingo, 16 de outubro de 2011

abri as janelas da casa

abri as janelas da casa
cortinas afastadas
dos seus afazeres solares
dispostas numa dança
com o vento


lavei os lençois 
que há pouco dormiam 
amassados de sono
com suas dobras marcando 
a passagem do tempo


pendurei 
pensamentos
lado a lado 
sem presilhas
só dobrados
equilibrados
por um fio


joguei os restos
de tudo fora


guardei o inútil
na gaveta 
e a gaveta
pela janela


já sem nada por fazer
estendi minha alma no varal
as pernas frias para cima
enquanto os móveis da casa
mudavam de cor

Um comentário:

Mayara Beckhäuser do Amaral disse...

Nai, voce esta cada vez melhor! Amei! Bjs