Os textos publicados não terão a ordem dos livros nem tampouco dos dicionários. Virão da desordem da vida, do improviso das águas, das impressões sobre qualquer coisa. Tudo que carregue o mistério de ser letra, verso, prosa. A única lógica será não ter lógica nenhuma. Pode ser que sirva, pode ser que exista, pode ser que dê. Quem sabe?
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
When I heard the learned astronomer, Walt Whitman
Quando ouvi o douto astrônomo
Quando me apresentaram em colunas as provas, os algarimos,
Quando me mostraram os mapas e os diagramas, para medir, dividir e somar,
Quando do meu lugar ouvi o douto astrônomo dissertando em sua cátedra, muito aplaudido,
Senti-me inexplicavelmente atordoado e aborrecido,
Até que me esgueirei e me afastei sozinho
No ar úmido e místico da noite, e de tempos em tempos
Em silêncio perfeito eu olhei as estrelas.
Quando me apresentaram em colunas as provas, os algarimos,
Quando me mostraram os mapas e os diagramas, para medir, dividir e somar,
Quando do meu lugar ouvi o douto astrônomo dissertando em sua cátedra, muito aplaudido,
Senti-me inexplicavelmente atordoado e aborrecido,
Até que me esgueirei e me afastei sozinho
No ar úmido e místico da noite, e de tempos em tempos
Em silêncio perfeito eu olhei as estrelas.
sábado, 21 de maio de 2011
A Praça San Martin, Jorge Luis Borges
Em busca da tarde
fui esquadrinhando em vão as ruas.
Já estavam os alpendres entorpecidos de sombra.
Com fino brunimento de mogno
a tarde inteira tinha-se remansado na praça,
serena e sazonada,
benfeitora e sutil como uma lâmpada,
clara como uma fronte,
grave como gesto de homem enlutado.
Todo sentir se aquieta
sob a absolvição das árvores
- jacarandás, acácias -
cujas piedosas curvas
atenuam a rigidez da impossível estátua
e em cuja rede se exalta
a glória das luzes equidistantes
do leve azul e da terra avermelhada.
Como se vê bem a tarde
do fácil sossego dos bancos!
Abaixo
o porto anela latitudes longínquas
e a profunda praça igualadora de almas
se abre como a morte, como o sonho.
fui esquadrinhando em vão as ruas.
Já estavam os alpendres entorpecidos de sombra.
Com fino brunimento de mogno
a tarde inteira tinha-se remansado na praça,
serena e sazonada,
benfeitora e sutil como uma lâmpada,
clara como uma fronte,
grave como gesto de homem enlutado.
Todo sentir se aquieta
sob a absolvição das árvores
- jacarandás, acácias -
cujas piedosas curvas
atenuam a rigidez da impossível estátua
e em cuja rede se exalta
a glória das luzes equidistantes
do leve azul e da terra avermelhada.
Como se vê bem a tarde
do fácil sossego dos bancos!
Abaixo
o porto anela latitudes longínquas
e a profunda praça igualadora de almas
se abre como a morte, como o sonho.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Texto emprestado do Blog da Ana Flores
http://anamorarte.blogspot.com/2011/05/nao-leve-vida-tao-serio.html
domingo, 15 de maio de 2011
é assim
Nos convencemos de que o nosso corpo é perfeito
apenas quando ele faz falta (é assim com tudo na vida).
Tempo sem tempo, Mario Benedetti
Ilustração de Anne Julie |
Preciso tempo necessito esse tempo
que outros deixam abandonado
por que lhes sobra ou já não sabem
o que fazer com ele
tempo
em branco
em vermelho
em verde
até castanho-escuro
não me importa a cor
cândido tempo
que eu possa abrir
e fechar
como uma porta
tempo para olhar uma árvore um farol
para andar pelo fio do descanso
para pensar que bom hoje não é inverno
para morrer um pouco
e nascer em seguida
e para me dar conta
e para me dar corda
preciso tempo o necessário para
chafurdar umas horas na vida
e para investigar por que estou triste
e acostumar-me ao meu esqueleto antigo
tempo para esconder-me no canto de algum galo
e para reaparecer em um relincho
e para estar em dia
e para estar na noite
tempo sem recato e sem relógio
vale dizer preciso
ou seja necessito
digamos me faz falta
tempo sem tempo
sexta-feira, 13 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
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